Zosia: a garota polonesa do século XVII que foi enterrada como vampira
Pesquisadores poloneses desvendaram a história fascinante de uma mulher enterrada há cerca de 400 anos, conhecida como “Zosia”. Descoberta em 2022 ao norte da Polônia, a ossada foi encontrada com uma foice posicionada em seu pescoço e um cadeado em seu pé, medidas simbólicas que, na época, eram usadas para evitar que os mortos "amaldiçoados" retornassem como vampiros.
A ossada foi encontrada com uma foice posicionada em seu pescoço e um cadeado em seu pé |
O Medo de Mortos-Vivos no Século XVII
Zosia foi enterrada em uma área historicamente associada a práticas supersticiosas contra vampiros. Objetos como foices e cadeados eram considerados “mágicos” e usados para “proteger” os vivos de possíveis retornos dos mortos. A presença da foice em seu pescoço reflete o medo intenso da época de mortos-vivos, mostrando como crenças sobrenaturais influenciavam até mesmo os rituais funerários.
Esse temor é compreendido dentro do contexto do século XVII, um período marcado por guerras e instabilidades que aumentaram a crença em fenômenos sobrenaturais. Segundo especialistas, as pessoas atribuíam a tais práticas uma sensação de controle em meio ao caos social.
Zosia: Saúde e Superstições
Análises do crânio de Zosia indicam que ela provavelmente sofria de condições de saúde que poderiam incluir desmaios, dores de cabeça intensas ou até mesmo problemas de saúde mental. Essas condições, muitas vezes incompreendidas pela sociedade da época, poderiam ter sido vistas como sinais de possessão ou maldição, justificando a associação de Zosia a práticas contra vampiros.
Apesar de poucas informações sobre sua vida, há indícios de que Zosia pertencia a uma família de alta posição social, possivelmente da nobreza, o que torna seu sepultamento com medidas tão extremas ainda mais intrigante.
Reconstrução Facial: O Rosto de Zosia
A reconstrução facial de Zosia foi conduzida por Oscar Nilsson, arqueólogo sueco especializado em recriar rostos históricos. Utilizando uma réplica em 3D do crânio, Nilsson e sua equipe modelaram o rosto aplicando camadas de argila para simular músculos e pele, respeitando as proporções e detalhes anatômicos do crânio.
O resultado revelou uma jovem de traços suaves, com idade estimada entre 18 e 20 anos na época de sua morte. A reconstrução não só trouxe o rosto de Zosia de volta, mas também destacou sua humanidade, contrastando com a imagem de "monstro" que as superstições da época criaram ao seu redor.
Fontes: https://olhardigital.com.br/2024/11/14/ciencia-e-espaco/rosto-de-vampira-de-400-anos-e-reconstruido-na-polonia/
https://portal.umk.pl/pl/article/nowa-twarz-wampirki