A Lenda do Guaraná

lenda do guaraná
Arte de @natyzinhaprupru

A lenda do guaraná é uma história rica em simbolismo e tradição que se originou entre os povos indígenas da Amazônia, principalmente os Sateré-Mawé. É uma das mais importantes lendas da cultura brasileira. Ela é contada e recontada há séculos, e até hoje inspira artistas, escritores e músicos. O guaraná também se tornou um símbolo nacional, e sua bebida é apreciada por pessoas de todas as idades. Conheça a versão da lenda do guaraná mais conhecida:
 

A lenda do GUARANÁ

 Arte: Renato de Oliveira Munhoz

Capítulo 1: O Nascimento de Macunaíma

Todas as icamiabas adoravam o menino Macunaíma. No seu primeiro banho, elas enfeitaram o pequeno com todas as joias da tribo para que ele fosse rico para sempre. Mandaram buscar uma tesoura na Bolívia e a colocaram aberta debaixo do seu berço. Diziam que se não fizessem isso, Tutu Marambá viria, chuparia o umbigo do menino e o dedão do pé de Ci, sua mãe. Tutu Marambá realmente apareceu, mas encontrou a tesoura e se enganou: chupou o olho de Ci e foi embora satisfeito. A partir daquele dia, todos só pensavam no menino.

Mandaram buscar para Macunaíma em São Paulo os famosos sapatinhos de lã tricotados por Dona Ana Francisca de Almeida Leite Morais e em Pernambuco as rendas "Rosa dos Alpes", "Flor de Guabiroba" e "Por ti padeço" tecidas pelas mãos de Dona Joaquina Leitão, mais conhecida como Quinquina Cacunda. As irmãs Louro Vieira, de Óbidos, preparavam o melhor tamarindo para o menino tomar no refresco como remédio para lombriga. A vida era feliz, era boa!...

Capítulo 2: A Tragédia

Um dia, um jucurutu pousou na maloca do imperador e soltou um canto agourento. Macunaíma ficou assustado, espantou os mosquitos e caiu no pajuari para ver se espantava o medo também. Bebeu e dormiu a noite inteira. Então chegou a Cobra Preta e chupou o único peito vivo de Ci, não deixando nem o apojo. Como Jiguê não tinha conseguido conquistar nenhuma das icamiabas, o menino sem ama chupou o peito da mãe no outro dia, chupou mais, deu um suspiro envenenado e morreu.

Capítulo 3: A Morte de Macunaíma e o Nascimento do Guaraná

Colocaram o menino em uma igaçaba esculpida com a forma de um jabuti e, para que os boitatás não comessem seus olhos, o enterraram no centro da taba com muitos cantos, muita dança e muito pajuari.

Terminada a cerimônia, a companheira de Macunaíma, ainda toda enfeitada, tirou do colar uma muiraquitã famosa, deu-a para o companheiro e subiu para o céu por um cipó. É lá que Ci vive agora nos trinques passeando, liberta das formigas, toda enfeitada ainda, toda enfeitada de luz, virada numa estrela. Ela é a Beta do Centauro.

No outro dia, quando Macunaíma foi visitar o túmulo do filho, viu que do corpo havia nascido uma plantinha. Trataram dela com muito cuidado e era o guaraná. Com as frutinhas piladas dessa planta é que a gente cura muita doença e se refresca...

Fontes: https://www.facebook.com/milmitos/photos/a.916378505072278/2393303150713132/?type=3

Macunaima, Mário de Andrade https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documentos/?action=download&id=131824#Mac1

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